O espaço da biblioteca viu-se, de súbito, transformado numa gruta de Natal forrada de brilho e de estrelas propícias à vivência de um tempo que pede um pouco da nossa interioridade. A gruta fez-se gruta do renascer de um pouco de espírito de natal, dentro de nós. O espaço viu-se iluminado de poesia de poetas portugueses, cujas mensagens despertavam, à medida do desfiar cantante de palavras soltas, o apelo ao sentimento de partilha, de afecto e de paz. A emoção foi muita, as vozes que declamavam ritmaram-se ao som ondulante da música celta de Natal.
A gruta do primitivo sentir da compaixão, da paz e da ternura pelos mais fragilizados nesta época de partilha, acolheu 20 turmas de crianças da Pré-Escolar e do 1º Ciclo, da Escola da Ribeira. As crianças da Avenida acorreram, também, como que fazer uma pequena visita a um menino que nascera, um dia, desnudado, mas prometeu um brilho diferente para as nossas vidas… A verdade é que a gruta estava magnificamente guarnecida. O cenário não podia ser transportado para outro espaço e pedia uma visita! A equipa da biblioteca transfigurou-se, ao longo de duas longas semanas, de tão gratificantes se tornarem.
Os olhares brilharam como a estrela da Aurora que ainda nos guia. Muitas lágrimas rolaram dos olhitos ainda inocentes das crianças, de tão intensa a luz que emanava dos poemas… A música, as belas palavras e a voz emocionada das declamações transportaram-nos, de novo, àquele lugar natalício dentro de nós, que deveria existir em cada dia do ano!
